quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Cinema: Sacha Baron Cohen equilibra provocação e romance em “O ditador”

Poucos humoristas conseguem ser tão corrosivos, transgressores, ofensivos e ainda assim engraçados como Sacha Baron Cohen. Pelo menos, para quem gosta do tipo de humor destilado pelo inglês que, muitas vezes, parece ter perdido completamente o limite entre o politicamente incorreto e o francamente ofensivo.
Diferentemente da estrutura de "Borat - O segundo melhor repórter do glorioso país Cazaquistão viaja à América" e "Brüno", em que Cohen fingia ser um repórter para tapear seus entrevistados, em "O ditador" ele realmente escreveu uma história e, surpresa, romântica.
Isso não significa que seus personagens deixarão de passar pelas mais vexatórias situações, tal como os azarados participantes de seus filmes anteriores.
Nesta produção, Cohen é o almirante-general Aladeen (como o personagem de "As mil e uma noites"), o psicótico e narcisista ditador da República Wadiya, no Oriente Médio, odiado tanto pelo seu povo como por seus assessores mais diretos.
Aladeen é a própria caricatura patética dos ditadores da região que, embora não citados nominalmente, estão nas entrelinhas. É acusado, por exemplo, de pôr em prática um programa nuclear para armas de destruição em massa, e está ameaçado de sanções pela ONU.
O cineasta Larry Charles, que já havia trabalhado com Cohen em "Borat" e "Brüno", volta a dirigir seu amigo nesta produção que, por enquanto, é a menor das três.
Embora divertida, não tem o mesmo impacto ou as cenas antológicas dos filmes anteriores, como a luta nudista ("Borat") ou a indignação de pessoas sobre a troca de crianças por Ipods ("Brüno").

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