quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Diretor brasileiro roda filme sobre solidão na cordilheira dos Andes

"A oeste do fim do mundo" nos Andes argentinos, Leonardo Machado, um dos produtores do longa, aponta para uma caminhonete semidestruída que compõe o cenário, um modesto posto de serviços erguido à beira de uma estrada terra. "O dono do carro queria me cobrar 2,5 mil pesos por dia", indigna-se Machado, que não aceitou pagar o equivalente a cerca de R$ 1,1 mil.
Após uma negociação, recorda o produtor, manteve-se a proposta. Mas por duas semanas, tempo que a equipe permaneceria por lá. Se fosse o caso de apontar algum responsável pelo preço abusivo sugerido no início, a culpa certamente recairia sobre Brad Pitt: foi naquelas cordilheiras, perto da divisa com o Chile, que ele filmou "Sete anos no Tibet", em 1996, estabelecendo então novos parâmetros para o mercado cinematográfico do pequeno distrito de Uspallata, na província de Mendoza.
"'Sete anos no Tibet' inflacionou tudo", resume Machado, antes de contar que o orçamento total de "A oeste do fim do mundo" é de R$ 2 milhões, distante dos hollywoodianos US$ 70 milhões da fita estrelada pelo marido de Angelina Jolie. O número é do portal IMDb.
Coprodução Brasil/Argentina com estreia programada para outubro do ano que vem, "A oeste do fim do mundo" teve alguns dias de filmagens em Bento Gonçalves (RS), em outubro, antes de imigrar para a Argentina. A trama deve sua origem, indiretamente, à Guerra das Malvinas (1982), que envolveu o país vizinho e a Inglaterra. Quem explica é o diretor e roteirista, o brasileiro Paulo Nascimento. Ele afirma ter se inspirado numa matéria de jornal lida em 2008. "Vi que, dos 10 mil argentinos que voltaram da batalha, 400 se mataram", cita o cineasta. "Fiquei impressionado com aquele número."

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