quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

'O hobbit' sofre com ritmo lento, mas desfecho empolga

'O hobbit' sofre com ritmo lento, mas desfecho empolga
Os personagens de "O hobbit: Uma jornada inesperada" de fato vivem uma expedição excepcional. Já o espectador do filme, se quiser passar por experiência similar, terá de mostrar paciência além da habitual: a superprodução, que entrou em cartaz nesta sexta-feira (14), demora a engrenar. A jornada é inesperada – e é longa, por vezes cansativa. No último ato, vem a recompensa. Há um respeitável par de sequências de ação, amparadas por bons efeitos especiais. Mas a técnica não se sobrepõe à narrativa. Não espere por um 3D revolucionário.
O uso é digno, mas discreto. A narrativa é do mesmo J.R.R. Tolkien que escreveu os livros da série "O senhor dos anéis", já adaptados ao cinema. Repete-se também o diretor, Peter Jackson. Cronologicamente, "O hobbit: Uma jornada inesperada" precede a trilogia do anel e tem uma trama que, no texto, mirava o público infanto-juvenil. A versão para o cinema amplia o foco, e o principal (e melhor) sintoma disso é um sarcasmo que poderia ser mais recorrente. Discursos constrangedores e solenes – "os verdadeiros heróis são aqueles que fazem boas ações no dia a dia" – cedem algum espaço a uma saudável ironia – "entendo que você duvidasse de minhas capacidades, já que eu próprio não confio tanto em mim". Ao longo de 2 horas e 49 minutos, "O hobbit: Uma jornada inesperada" mostra um grupo de anões que deseja reconquistar seu reino, tomado por um dragão. Nada a estranhar: são assim, mitológicas e medievais, as inspirações de Tolkien.

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